Fonte:olhardireto 6s5i1v
Está publicado no Diário da Justiça, edição 8.282, mais uma sentença do juiz Luiz Aparecido Bertolucci, da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular, contra o deputado estadual José Riva (PP). O parlamentar foi novamente afastado das funções istrativas na Assembléia Legislativa (AL) e ainda terá de ressarcir o erário público em R$ 2.153.393,66 (dois milhões, cento e cinquenta e três mil, trezentos e noventa e três reais e sessenta e seis centavos), com correção monetária e juros legais, calculados desde a época dos desvios de verbas.
Também foi condenado o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) Humberto Bosaipo, o qual era deputado e membro da mesa diretora da AL durante o período em que vigorava o esquema de desvio de verbas públicas.
A condenação é referente a desvios de verbas através de pagamentos em cheque à empresa inexiste, laranja, com o nome de D. P. Quintana Publicidade. Conforme apurou as investigações, o CNPJ da empresa correspondia a outra empresa, cujo nome fantasia é Drikas Modas, e, segundo os autos do caso, os dados foram clonados.
Em um trecho do processo, consta que à época da emissão dos cheques, se tratava de uma empresa inexistente, fictícia, também conhecida como fantasma, restando evidente a existência de um esquema de lavagem e desvio de dinheiro público.
Em sentença com resolução de mérito própria, datada do dia 25 de fevereiro de 2010, e publicada no primeiro dia de março, Bertolucci também determina o pagamento de uma multa, exclusivamente para José Riva e Humberto Bosaipo, no valor de uma vez o valor do dano devidamente corrigido e acrescido dos juros legais, por considerá-los os chefes do esquema e por ter pleno conhecimento do destino das verbas desviadas.
Os servidores da Assembleia Geraldo Lauro, Nivaldo de Araújo, e os contadores Joel Quirino Pereira e José Quirino Pereira também são réus na ação. Todos os acusados também tiveram determinada a indisponibilidade dos bens, tal como dos ativos financeiros. Riva, Bosaipo e os dois servidores tiveram os direitos políticos suspensos por oitos anos, a fim de afastar os maus servidores e os negligentes parlamentares da vida pública, por período que sirva de reflexão e lição pelo agir desviado que cometeram, com ressalva para o mandato do parlamentar pepista.
Os servidores também foram afastados das atividades públicas pelo mesmo período de tempo. Enquanto isso, os dois contadores condenados estão impedidos de contratar com o poder público por cinco anos.
Os réus ainda terão de arcar com todos os custos processuais. O pagamento deverá ser feito através de multa estipulada por lei.
Outro lado
A assesoria de imprensa do deputado José Riva contesta a decisão e alega que o magistrado está impedido de proferir decisões em qualquer processo do parlamentar, enquanto o Tribunal não se pronunciar.