fonte:Do Jornal A Gazeta/ Téo Meneses - 7173t
Os acusados de envolvimento com venda de sentença e exploração de prestígio no Judiciário de Mato Grosso, crimes investigados pela Polícia Federal através da operação Asafe, já estão soltos. Eles ganharam liberdade porque a ministra Nancy Adrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não revogou a prisão temporária que os mantinham presos.
Ao todo, sete acusados permaneciam presos e ganharam a liberdade no início da manhã de ontem, quando venceu as temporárias decretadas pelo STJ e cumpridas na terça (18). Apenas um deles não era advogado e, por isso, não ficou com os demais presos em celas especiais do 3º Batalhão da Polícia Militar do bairro A IV.
Permaneciam presos até vencimento da temporária os advogados Alcenor Alves de Souza, Alessando Jacarandá, Célia Cury, Jarbas Nascimento, Rodrigo Vieira e Santos de Souza Ribeiro. Cinco deles ficaram em uma cela especial com ar-condicionado, enquanto Célia permanece sozinha em outra cela. Foram liberados na quarta e na quinta-feira a autônoma Ivone Siqueira e o advogado Max Weyze Mendonça, respectivamente. Cláudio Emanuel Camargo estava preso no Anexo 1 do presídio Pascoal Ramos, a Polinter.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT), Cláudio Stábile, afirma que a transferência para a cela especial do 3º Batalhão não se trata de privilégio, já que a lei prevê celas especiais para advogados. Responsável pela defesa de Max Weyze Mendonça, o advogado Urano Reis afirma que a temporária foi decretada para garantir a tomada de depoimentos e evitar fugas. "No caso do meu cliente, posso dizer que isso não era necessário. Ele está disposto a esclarecer sempre que for chamado".
As investigações da Polícia Federal apontam que advogados teriam principalmente usado o nome de juízes do pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e do Tribunal de Justiça (TJ/MT) para obter vantagens pessoais. Isso levou a Polícia Federal a ouvir os ex-juízes-membros do Tribunal Eleitoral, Renato Viana e Maria Abadia de Souza Aguiar, além do atual juiz Eduardo Jacob. Os desembargadores do Tribunal de Justiça deverão ser ouvidos nos próximos dias em Cuiabá através de carta precatória.