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Debate tem trocas de farpas entre principais candidatos; clima quente na campanha 1s4s2l

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Data: Sexta-feira, 13/08/2010 00:00
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O primeiro debate na televisão dos candidatos ao Governo de Mato Grosso, realizado pela TV Cidade Verde (afiliada da Band), foi marcado pelas críticas as ações do Governo do Estado, da Prefeitura de Cuiabá e a gestão empresarial praticada pelo candidato Mauro Mendes (PSB). Com era de se esperar, o empresário e os candidatos Wilson Santos (PSB) e Silval Barbosa (PMDB) protagonizaram as discussões, enquanto o candidato Marcos Magno procurava associar os três adversários ao mesmo tipo de interesse,que não o público.

Analistas políticos acreditam que o debate na Band irá ditar o tom da campanha eleitoral. A expectativa é de que a partir de agora o clima de eleições tome conta do Estado, já que o horário eleitoral gratuíto irá iniciar na próxima terça-feira, 17 de agosto. Outros debates ainda estão agendados por veículos de comunicação.

Debate

No primeiro bloco do debate, mediado pela jornalista Sílvia Poppovic, os candidatos tiveram que responder a uma pergunta da direção da emissora: "Qual espaço que Mato Grosso deve ocupar no cenário nacional e porque eles se julgam melhores que os concorrentes para istrar o Estado?".

O candidato Mauro Mendes colocou que a principal missão será transformar o crescimento econômico que vive o Estado em desenvolvimento. O empresário disse que não é melhor que os concorrentes, mas que sua candidatura veio da sociedade e não de grupos políticos.

Já o governador e candidato a reeleição, Silval Barbosa (PMDB) citou dados do crescimento do Estado para justificar a continuidade da gestão. "Não é hora de se fazer experiência, mas sim de dar continuidade neste crescimento do Estado", colocou.

O candidato do PSDB, Wilson Santos, enfatizou que Mato Grosso, que possui uma vocação para o agronegócio, pode ganhar destaque nacional com a agroindustrialização. "Mato Grosso pode ter o maior PIB deste país", frisou. O tucano também disse não ser melhor que os concorrentes, mas que pretende mudar a lógica do atual Governo. "Quero que o crescimento econômico deste Estado se transforme em oportunidades a todos", frisou.

O candidato Marcos Magno afirmou que o Estado é o celeiro do país, mas que existe uma má distribuição das riquezas a população. Segundo ele, um projeto socialista iria solucionar a desigualdade existente no Estado.

2º e 3º Blocos

Nos segundo e terceiro blocos, os candidatos fizeram perguntas entre si. Cada candidato teve oportunidade de questionar todos adversários, obtendo direito a réplica e o questionado a tréplica.

O candidato Mauro Mendes iniciou questionando Silval Barbosa sobre a Saúde Pública. O socialista comentou que o setor não anda bem tanto na capital, quanto no interior. Silval ironizou Mauro, lembrando que ele já esteve ao lado da atual gestão estadual. "Em 2008 o candidato pautou nosso Governo como o melhor da história", disse. Sobre a Saúde, o governador explicou o Estado realizou investimentos, principalmente nos Hospitais Regionais. Para um segundo mandato, ele pretende inaugurar o Hospital Metropolitano do Cristo Rei, além de construir um Hospital da Criança e Universitário, em parceria com Governo Estadual.

Em seguida, o governador perguntou ao candidato tucano sobre os investimentos em infraestrutura do Estado na capital, que foi istrada entre 2005 e março de 2010 por Wilson. O ex-prefeito respondeu que o Estado não priorizou alguns setores como saneamento básico, pavimentação de vias urbanas e assistência social. "Definitivamente, este foi um Governo para poucos", apontou. Já Silval replicou que o Estado colaborou com PAC na capital, malha asfáltica, Rodoanel e Avenida das Torres.

Wilson questionou Marcos Magno sobre Educação. O candidato citou dados dos Enem, que apontou a Escola Oswaldo Pereira,em Paranatinga, como a segunda pior do país. O candidato do PSOL lamentou os rumos das discussões e alfinetou tanto a atual gestão como a anterior, do ex-governador Dante de Oliveira (PSDB - já falecido). "Não existe política pública de Educação no Estado", assinalou.O tucano replicou lembrando de suas realizações como prefeito, citando o Cuiabá Vest e o Bolsa Universitária.

O candidato do PSOL indagou ao candidato Mauro Mendes sobre o antagonismo de um industrial "carregar" uma bandeira socialista numa eleição. Mauro respondeu que, como empresário, sempre valorizou seus funcionários e se preocupou com eles. "Já cheguei a pagar até 18º salário na minha empresa" destacou. Em réplica, Magno colocou que o tratamento dado por ele aos seus funcionários é obrigação, já que ele é um dos maiores beneficiários com incentivo fiscal.

Na segunda rodada, Mauro Mendes questionou Wilson Santos sobre qual atitude ele tomaria em relação ao "escândalo dos maquinários". O ex-prefeito de Cuiabá lamentou o superfaturamento e deixou no ar que outras denúncias podem afetar o Governo de MT. "Isso é só a ponta do iceberg. Há se viessem a tona os precatórios", colocou.

Neste momento o debate esquentou. Mauro citou que Wilson enfrentou situação semelhante em Cuiabá, com a Operação Pacenas. "É coincidência até o valor. Foram R$ 241 milhões no maquinário e a mesma quantia no PAC" disse. Já Wilson disse que, como prefeito, tomou as medidas cabíveis e insinuou participação do adversário no esquema. "Tenho aqui gravação da Polícia Federal de conversa do senhor com o empresário Anildo, preso na Operação", assinalou.

Em seguida, o ex-prefeito de Cuiabá questionou o governador sobre Saúde.Usando dados do Ministério da Saúde, o tucano apontou que o Estado deixou de investir R$ 400 milhões no setor nos últimos 8 anos. Além disso, Wilson apontou que foram adquiridos hospitais privados que foram fechados, o que provou a redução de leitos, principalmente na capital. Silval respondeu que Mato Grosso cumpriu os limites constitucionais na Saúde e que o setor apresentou alguns avanços. Sobre a aquisição de hospitais, ele negou que reduziu leitos. "O Estado adquiriu os prédios de hospitais já fechados", explicou.

O governador questionou o candidato Marcos Magno sobre um regime socialista no Estado. O candidato do PSOL afirmou que o regime irá distribuir as oportunidades de forma igualitária a população e assinalou que todos os adversários estão envolvidos em corrupção. Já Silval elencou obras sociais da atual gestão, como a construção de 80 mil casas, distribuição de energia a 100 mil novas famílias e geração de empregos.

Na sequência, Magno questionou o prefeito sobre sua renúncia a prefeitura de Cuiabá, uma vez que havia prometido na campanha de 2008 permanecer até 2012 no Palácio Alencastro. O tucano justificou a entrada na disputa do Governo como forma de realizar mais por Cuiabá. "O prefeito não tem como concluir o Hospital Central e um Hospital Metropolitano na capital. Mas o governador tem e vou fazer isso", prometeu. O candidato do PSOL disse que o ex-prefeito enganou a população ao renunciar ao cargo. Já Wilson disse levar programas implementados na prefeitura na esfera estadual.

Na última rodada de perguntas entre os candidatos, Wilson questionou Mauro Mendes sobre desequilíbrio fiscal e citou que existe um déficit na previdência estadual. "Daqui a pouco aposentados e pensionistas poderão ter seus proventos atrasados", declarou. Já Mauro insinuou que os candidatos são parecidos e que seu perfil saberá corrigir déficits como o da previdência. "No meu Governo saberemos gastar aquilo que ganhamos",colocou.

Na sequência Mauro Mendes perguntou a Marcos Magno sobre geração de emprego, afirmando que pretende gerar 200 mil novos postos de trabalho em quatro anos. Magno respondeu que é impossível ao candidato chegar a tal número sem a realização de uma reforma agrária competente. "Se não valorizar o pequeno produtor, não chegará a 200 mil empregos gerados", apontou.

Em seguida, Magno questionou o governador sobre desenvolvimento regional, respeitando a vocação econômica de cada região. Segundo ocandidato do PSOL, isso pouco existiu na atual gestão. Silval respondeu que a geração de empregos, recorde nos últimos anos comprova respeito as diferenças regionais. Além disso, ele prometeu se colocar como um municipalista na segunda gestão.

Na última pergunta entre os candidatos, Silval perguntou a Mauro Mendes sobre a função social da empresa do candidato, que segundo relatório do TCE não está sendo cumprida. A Bimetal, de acordo com o governador, recebeu R$ 70 milhões em incentivos fiscais. Mauro garante cumprir todas as determinações previstas ao receber o incentivo e atacou o Estado. "Este incêndio em Marcelândia só chegou a essas proporções porque o Estado não se preparou para o período das queimadas", colocou.

4º Bloco

O quarto bloco iniciou com a concessão de direito de respostas aos três principais candidatos. O candidato Mauro Mendes ganhou o direito ao ter seu nome citado em documentos expostos pelo candidato Wilson Santos. "Isso é prática de político antigo que quer jogar o adversário contra a população e que desrespeita as regras do debate",pontuou.

Em seguida, Silval rebateu Wilson e Mauro sobre o caso dos maquinários. "Foi o Estado quem decidiu tomar as providências para apurar este superfaturamento",colocou.

Wilson obteve direito ao ser chamado de mentiroso por Silval ao citar dados que apontam a não aplicação de recursos na Saúde. "Os números são de uma auditoria realizada pelo Ministério da Saúde", frisou.

Na continuação do bloco, os candidatos responderam a questionamentos de jornalistas sobre Infraestrutura, Educação, Copa 2014 e Segurança Pública. O último bloco foi dedicado as considerações finais de cada candidato.