Fonte:24 Horas News/Hebert Almeida 32417
Na sua melhor apresentação na Copa da África do Sul, o Brasil foi eliminado pela Holanda. Soou como uma espécie de pecado para o torcedor. Depois de um primeiro tempo primoroso em que teve chance até de ampliar, o Brasil olhou a Holanda achar um gol. Mais que isso: ficou preocupada, tremeu e voltou a ser uma seleção sem inspiração, sem categoria, sem técnica, fácil de ser dominada, resultado da falta de talentos efetivos para compor e recompor a equipe. Com um jogo assim, fica decretada mais uma vez o fim da chamada Era Dunga numa Seleção Brasileira, agora como treinador.
Mais que cuidar da organização da Copa do Mundo de 2014, o deus todo poderoso do futebol Ricardo Teixeira agora tem a missão de achar um outro treinador. Não será fácil, mas Dunga não é, definitivamente, o técnico dos sonhos do povo brasileiro. Até Lula sabia! O Brasil que foi a África do Sul, exceção ao bom primeiro tempo desta amarga sexta-feira, 2 de julho, é a cara do seu técnico como jogador: mal humorado, feio, grosso e sem talento. Que digam Ronaldinho Gaúcho, Nilmar, Ganso e companhia.
Com as feridas abertas, é fácil atirar as pedras. Porém, nenhuma é maior neste momento que a dor que provoca no torcedor brasileiro. Não há analgésico no mundo que supere a dor da tristeza causada pela Seleção. Só a desclassificação da Argentina contra a Alemanha vai nos dar algum motivo para esquecer logo a data derradeira na África do Sul.
Mas as tais pedras atiradas sobre Dunga estão escoradas desde o dia em que ele decidiu trocar o talento dos craques por um bando de jogadores que, como ele, pouco ou nada sabem sobre a arte da bola. Futebol é prazer, vistoso. Exemplo: o Brasil até hoje se ressente daquele fatídico Brasil x Itália, na tragédia de Sarriá, Copa da Espanha, em 1982, quando viu os craques se despedirem com uma lastimosa derrota. Daquela seleção, sonha-se com a arte até hoje. Está na história pela beleza. Dessa seleção de Dunga, o que se ará para as gerações é a subversão dos valores. Afinal, em seleção se escolhe os melhores. Dunga optou pelos bonzinhos.
É preciso deixar claro que jogar bola é uma coisa e arte do futebol é outra completamente diferente. Na seleção de Duunga, vale essa última. Deixou os craques e levou os obedientes Josué, Grafite, Klebérson, Gilberto e por ai afora. Como se diz por estes lados de cá, ninguém dá um pequi roído para esses jogadores numa seleção. São coadjuntes a compor. E nada mais! Na lista dos que pouco representam podem colocar também o veterano Gilberto Silva. Fim da era de Dunga, fim da era dessa bugrada, com todo respeito aos bugres!
Do jogo em si, todo mundo viu: o Brasil começou bem, jogando com sabedoria, mas se perdeu no gol do selecionado holandês. Firme e compacta no primeiro tempo, a Brasil vacilou. O Brasil se perdeu no nervosismo e pecou onde não poderia pecar, na defesa. Especialmente para uma seleção que se primou pela defesa. Aliás, mais uma subversão miserável do técnico brasileiro, que parece, como ele, odiar a arte do futebol. Ainda bem que a era acabou. Sob pena de nos transformarmos, daqui a quatro anos, na África do Sul de hoje. Portan adeus Dunga! Antes que seja tarde.